Bocados de Ar

Porque as palavras não passam de bocados de ar

terça-feira, agosto 27, 2002


Uma vez acordada, dificilmente Lady Iceberg voltará a dormir...
Lamento pelos mortais incautos que porventura cruzarem seu caminho...


Oração do Mau Humor

Senhor, dê-me serenidade para aceitar as coisas que não posso mudar,
coragem para mudar as coisas que não posso aceitar,
e sabedoria para esconder os corpos daquelas pessoas que eu tive que matar por estarem me enchendo o saco.

Brincadeirinha... Nem estou mal-humorada hoje...


Eu odeio ter que resolver coisas sobre as quais eu não entendo patavina, tipo seguro de carro.
Ô, Inferno!


E, finalmente, li "A Metamorfose", de Kafka. A história, como acho que todo mundo sabe, é a respeito de um cara que, um dia, acorda e percebe que virou uma barata. Uma grande barata (é, eu sei, é meio nojento).
É um livro bom. Não achei muuuuuito bom, não, mas é bom. A obra acaba por desenvolver mais os reflexos que isso causa sobre a família do que sobre o cara que virou barata, propriamente dito.
Acho que é aí que o autor peca. Eu teria desenvolvido mais o psicológico do Greggor (é o nome do homem-barata), mas quem sou eu para criticar Kafka e, pior, me comparar com ele.
Enfim, como já disse, é um livro bom apesar de pequeno (para os que não gostam de ler ou estão começando a aprender a gostar, isso é um achado). E, no fim, acabei ficando com muita pena do Greggor. Não, não vou contar porquê ou estrago o final da história...
Entendo o sentido libertário em relação à família que o autor quis demonstrar mas, mesmo assim, fiquei com pena do Greggor.

Agora vou começar a ler um livro de Voltaire, que um amigo me emprestou. É o livro preferido do pai dele, daqueles que a gente guarda com todo o cuidado e dos quais morremos de ciúme... Estou com medo até de abrir esse livro e, sei lá, derramar alguma coisa acidentalmente ou rasgar...
Vou me isolar no meu quarto para poder lê-lo, afinal...

segunda-feira, agosto 26, 2002


E para finalizar bem o dia: TESTE!!!!!



What Was Your PastLife?


Boicote ao Blogger.com.BR

Estava lendo o Editor, quando me deparei com este post...
Como esse povo da Globo.com é abusado... Olha uma das cláusulas do contrato que você firma para poder blogar .com.br:

"A criação e disponibilização de um blog pelo Usuário utilizando o Serviço, confere à GLOBO.COM e suas empresas associadas, uma licença isenta de royalties, perpétua, irrevogável, não exclusiva, mundial e ilimitada para utilizar, copiar, modificar, transmitir, distribuir e exibir publicamente o blog do Usuário, bem como partes, conteúdo e qualquer classe de material do mesmo, em ações de marketing de divulgação do Serviço ou do Portal. Tal licença inclui a inserção do blog do Usuário em sistemas de busca na internet, a exclusivo critério da GLOBO.COM."

Háháháhá, só rindo mesmo... Ninguém merece...
No Blogger.com não tem nada disso, o que você escreve é seu e ponto final...
É por isso que eu vou continuar sendo só .com... Gosto de gente que me respeita...


Odores

Mudei o meu perfume... Isso significa que estou entrando em uma nova fase ou, pelo menos, estou querendo entrar...
As fases da minha vida são marcadas por cheiros. Bons ou não, mas sempre marcantes, daqueles que quando eu sinto de novo, acabo me teletransportando para o período ao qual ele equivale (tá, essa frase ficou confusa, mas acho que dá prá entender).
Tem o cheiro da casa da minha avó materna, da casa da minha avó paterna, cheiro de 2º Grau, cheiro de São Paulo, cheiro de praia, cheiro de pessoas (várias, cada um com o seu cheiro peculiar), cheiro de período triste, cheiro de amores passados, enfim, cheiros, cheiros, cheiros... E sempre que eu sinto qualquer um deles é como se eu retornasse àquele período da minha vida...
Então, quando eu percebo que estou dando um novo passo, mudo de cheiro. É uma forma de guardar o que eu sentia no período que usava aquele perfume ou aquele xampu ou aquele creme...
É assim, eu preciso disso. Porque aí, quando eu sinto falta do que eu sentia naquele momento, é só eu sentir o cheiro que tudo volta instantanemamente...
Por isso, também, que dentro do meu armário, tem inúmeros frascos inacabados de perfume. São parte das minhas lembranças, são os cheiros que eu posso guardar embalados, perto de mim, para o momento que eu preciso me recordar de algo para me sentir viva...
É claro que os cheiros principais não podem ser guardados. Não tem como. São cheiros de lugares e de pessoas específicas e, em relação a eles, eu tenho que me contentar em tentar lembrar, em tentar guardar na minha memória olfativa...
Às vezes, dou a sorte de estar passando por um lugar e sentir o cheiro da casa da minha vó, por exemplo. Aí, eu paro e fico um tempão lá, só respirando, só absorvendo aquela sensação tão boa que esse cheiro me causa... O cheiro da casa da minha vó é cheiro de infância, da minha infância...
Às vezes ocorre o mesmo com cheiros de períodos em que eu sofri... e eu sofro de novo, só por sentí-lo...
Por isso, estou mudando de perfume. Para guardar esse período num frasco perto de mim e poder sentir sempre que der saudade e para inaugurar uma nova fase com um novo registro...

A ligeira raposa marrom ataca o cão preguiçoso...

Recebi isto por e-mail e não resisti a postar aqui, segundo o texto que antecede as instruções, nem o Bill Gates conseguiu explicar o porquê de isso acontecer...
Façam o seguinte:
Abra o Word e digite =rand (200,99), tecle Enter e espere uns 3 segundos...

Se alguém sabe porque isso acontece, por favor me explique...

quinta-feira, agosto 22, 2002


Fiz meu Blogtree...
Logo colocarei aqui, aliás, a July, minha assessora para assuntos internéticos, colocará...
Então, é isso


Eu já falei que O-D-E-I-O cigarro? Já?
Pois reafirmo, O-D-E-I-O cigarro...

Só 50 minutos, só 50 minutos... Trálálá...lálálá...


Alguém me tire daqui...........................


Sabe aqueles dias em que tudo que você queria era ficar na cama, deitada? Pois é, estou num desses dias...
Hoje eu não estou conseguindo nem andar. Me limito a me arrastar pelos cantos, quando sou chamada. E estou sem saco.
Maldita TPM.


E a seleção, hein? Grande despedida do Penta...
Um show de bola, como sempre.


E prá começar bem o dia: Teste. êêêêêêhhhhhhh!!!!!



eu
sou a Dark Chii! E você? Qual personagem de Chobits é?

quarta-feira, agosto 21, 2002


Regras básicas de como conviver bem com a Paulinha- capítulo I

Hoje, no almoço, minha mãe me falou que uma pessoa que eu conhecera, e que, na ocasião, me pareceu bem legal, era racista, extremamente racista, mesmo. No exato minuto em que ela me falou isso, já fiquei com um pé atrás. Mas porque esse tipo de reação, se o cara nem esboçou qualquer tipo de discriminação comigo? Por alguns simples motivos:

1- Tenho amigos negros, brancos, orientais e descendentes destes;
2- Tenho igualmente amigos homo, bi e heterossexuais;
3- Tenho amigos católicos, protestantes, judeus, zen-budistas, espíritas e seguidores do Candomblé;
4- Tenho amigos roqueiros, pagodeiros, amantes da música clássica, MPB, axé, new age, jazz e tango;
5- Acredito e sou defensora ferrenha dos Direitos Humanos. Para todos. Sem exceção.

Por esses motivos não admito que ninguém se considere melhor que eles, são todos pessoas maravilhosas independente de sua cor, do que acreditam, ouvem ou da sua opção sexual. E não me venha com esse papo "eu não sou preconceituoso, só quero que não chegue perto de mim"... Se você pensa assim, você é preconceituoso. E além de preconceituoso, você é prepotente porque se considera melhor do que pessoas que você nem conhece, só porque elas são diferentes de você...

Aquele que discrimina não tem tolerância com os diferentes, e eu não tenho tolerância com aquele que discrimina... Ao contrário do meu irmão que diz "não discrimino, mas se você discrimina, esse é um problema seu, eu não me importo", eu me importo porque esse não é um problema só seu. Esse é um problema de todos porque por pessoas estúpidas que discriminam, que o mundo está como está. Se todos se respeitassem e tolerassem as diferenças óbvias que nós temos, a paz reinaria com mais facilidade.
Então, por tudo isso, já falei para minha mãe avisá-lo a nem tentar iniciar uma discussão comigo nesses termos, aliás nem fazer piadinhas infames sobre negros na minha frente, porque eu vou me emputecer, vou dar uma patada e vou brigar... E eu sei que brigar não é o ideal...

Assim, se você não vier tentar me convencer, ou mesmo só demonstrar, seus pré-conceitos estupidamente discriminatórios, eu vou tentar ignorar que você ainda é um daqueles detentores de tão abominável característica e nós vamos conviver pacificamente...

P.S.: Sim, essa violência verborrágica é conseqüência da minha TPM... Mas, dando um desconto às palavras rudes, eu realmente penso assim.

terça-feira, agosto 20, 2002


Nojo, nojo, nojo. Absoluta repugnância... É o único sentimento que pode-se nutrir por pedófilos.
Lendo a Cora, acabei chegando a essa matéria do GLOBO sobre pais pedófilos. PAIS! Pais e mães que ao invés de proteger os filhos, abusavam sexualmente e compartilhavam essas imagens com outros pedófilos... Esse tipo de gente devia morrer de forma lenta e dolorosa.


Mais um teste...





Você é "Imensidão Azul" de Luc Besson. Você é sonhador, único. Muito sublime e encantador(a).

Faça você também Que
bom filme é você?
Uma criação deO
Mundo Insano da Abyssinia



Mais um teste para tentar decifrar minha personalidade:


greymatter
You are a very intense person. Most people find you hard to understand but those who know you well love you to bits.

Which Blogging Tool Are You?


Inspiração para fazer esse relatório... É disso que eu preciso...

Prego

Aqui estou eu, fazendo uma ação rescisória e comendo um pão-de-mel de cocada...
Pois é, hoje é a minha primeira aula de italiano. Estou empolgada porque é uma língua da qual eu só conheço aquilo que vejo em novelas como "Terra Nostra" e "Esperança", ou seja, pouca coisa além de um buono giorno e ragazza...
Meu pai diz que, entendendo o significado de Prego, eu já domino 40% do idioma, então, possivelmente, logo teremos posts com pitacos italianos...

segunda-feira, agosto 19, 2002


E, para finalizar mais um dia fazendo nada a não ser postando (apesar da pilha de processos que me espera), informo aos senhores e senhoras que amanhã, se tudo der certo, terei minha primeira aula de italiano...
Agora que sou uma cidadã italiana, tenho que ter a decência de, pelo menos, aprender a língua, vocês não acham???


E tudo volta a ser como d'antes, no quartel de Abrantes...

Antes de tudo, quero dar graças por tudo ter voltado ao seu eixo normal... Já estava ficando cansada de fingir que tudo estava bem, quando nós sabíamos que não estava. Você sabe (lá vem a mania de numerar coisas): 1- não finjo bem; 2- canso rápido de coisas desagradáveis; 3- te amo, você faz parte da minha vida, é minha melhor amiga, meu diário vivo, minha confidente eterna...
Uma vez li uma entrevista da Ana Paula Arósio em que ela dizia "não raro o sentimento que tenho por um amigo supera o que tenho por um namorado"... Entendo tanto isso, sou exatamente desse jeito. Meus amigos são meus anjos, minha base, meu porto seguro e não têm o direito de querer sair da minha vida assim, de supetão (e a crise megalômana ataca).
Sofro quando as pessoas resolvem sair da minha vida, odeio o inusitado e as mudanças radicais (como você também sabe)... Levo um tempo para me acostumar com elas e nem sempre sei se estou disposta a isso... Ainda bem que não foi dessa vez...
Como já te disse, já superamos a crise do dois anos... agora, só com sete. E, para desgosto de uns gatos pingados soltos por aí, continuamos amigas, irmãs, almas fraternas...
Lamento por quem nunca foi amigo de alguém, como nós somos uma da outra- essa pessoa não amou acima de tudo... Porque a amizade é isso: querer o bem de alguém, só o bem, sem a exaltação típica do amor pelo sexo oposto. A amizade não precisa ser posta à prova, não precisa se exibir... Ela existe além de tudo isso, ela é auto suficiente, ela vive por si só...
Ninguém nunca definiu o que é ser amigo melhor do que Aristóteles, "Amigos são uma alma em dois corpos"...
Então, obrigada por ser minha amiga, me aturar na TPM (qualidade de poucos), me aturar fora da TPM, aturar minhas crises de possessividade e demonstrações de ciúme, me escutar, me escutar, me escutar, falando 15 vezes a mesma coisa, de formas diferentes, mas sempre a mesma coisa (como toda boa prolixa que se preze), obrigada por rir do meu mau-humor, me mostrando o quão ridículo ele é e me fazendo rir também, obrigada por não rir do meu mau-humor, quando você percebe que a situação é séria e que eu estou sofrendo com ela, obrigada por falar, falar, falar, quando eu preciso ouvir, obrigada por me fazer rir a noite toda, até o sol raiar, até o dia útil começar e nós vermos que já tem gente na aula de tênis e nós ainda estamos falando, "eita, são 8:30, eu tenho que dormir, eu tenho que trabalhar...", obrigada pelas confidências, por me permitir admitir meus sentimentos mais mesquinhos e inconfessáveis, sem me julgar em nenhum momento, obrigada pelo olhar de quem entende o que está acontecendo sem ter que perguntar, obrigada pelos papos em tom de desabafo sobre amores passados e expectativa de futuros amores, obrigada por chorar pela minha tristeza e, o que é o mais difícil para a maioria, sorrir e vibrar com a minha felicidade, enfim, obrigada por participar da minha vida, obrigada, obrigada, obrigada...

P.S.: Sim, este é um post pessoal e direcionado. A destinatária vai reconhecer o nome dela, porque ele está escrito em cada palavra colocada aqui... Mas se você se identificou com ele, tudo bem, sinal de que você também tem a sorte de ter uma luz ao seu lado...

Insônia- só para quem já assistiu

Aí, ontem, eu assisti "Insônia", com Al Pacino ("Perfume de Mulher", "O Poderoso Chefão", "Donnie Brasco", "Advogado do Diabo"), Robin Willians ("Sociedade dos Poetas Mortos", "Uma Babá quase Perfeita", "Patch Addams"), Hilary Swank ("Garotos Não Choram") e direção de Cristopher Nolan, responsável, anteriormente, por "Amnésia"...
A sinopse do filme que eu tinha lido dizia mais ou menos o seguinte "policial mata parceiro ao investigar homicídio e passa a ser chantageado pelo criminoso, que viu tudo". Não é bem assim, ou melhor, não é só isso. O policial (Al Pacino) realmente mata o parceiro e o criminoso realmente vê tudo, mas o que ele faz não é uma simples chantagem. Na verdade, o criminoso (Robin Willians) se vê como um igual.
Explico: ele diz que matou a garota (crime, este,que o Al Pacino está investigando) por acidente, mesmo tendo espancado por 10 minutos até a morte. Então, ele arruma algo em comum com o personagem do Al Pacino: ambos teriam matado sem querer. Ele se abre com o policial, e espera que o policial faça o mesmo...
Tudo isso se passa no Alasca, no período em que não existe noite (este período, que até tem um nome, mas que eu não me lembro qual é, dura, se não me engano, 6 meses) e, durante os 4 ou 5 dias que o policial passa lá, ele não consegue dormir, por isso o filme se chama "Insônia". É uma analogia legal, porque o que se percebe é que ele não dorme, não por ser sempre dia, mas por estar atormentado com a morte do parceiro... Aliás, o sono que o Al Pacino demonstra tão bem no filme me deu gastura. É aquele sono que incomoda, que irrita de tão violento que é. Até eu fiquei com sono...
E, apesar de uma amiga que também viu o filme achar que o Robin Willians não fica bem como vilão, eu acho que ele se encaixou no papel perfeitamente. Ele tem uma cara de bonzinho que é a ideal para um cara amoral como o assassino em questão. Sim, porque ele não é imoral, ele não entende o crime que cometeu, aliás para ele não foi um crime, foi um acidente. E o R. Williians está perfeito. Ele chega a ser ingênuo, de um cinismo tão ingênuo, não sei explicar direito, que faz você ter raiva do personagem...
Filme bom, muito bom, que termina com uma lição de moral oportunamente dada, um clichê que não é clichê.
Assistam para podermos discutí-lo.

Fiz o Teste de Pureza...
Sou 64% pura...
Viram, afinal de contas, não sou tão má assim...
Sou praticamente um azeite extra-virgem...

Leiam isso:
É uma das coisas mais absurdamente engraçadas que eu já li a respeito do Lula...
Ou preocupante, ainda não sei definir. Acho melhor, "engraçadamente preocupante" ou "preocupantemente engraçada", o que vocês acharem que fica gramaticalmente melhor... Divirtam-se ou, para homenagear a escritora de tão persipcaz artigo, have fun...

Pobre Lula... Acho que nem ele esperava ser tido como "um novo eixo do mal"...

Norte-americanos. Bah!

É melhor prevenir...

É engraçado quando a gente pensa em escrever (ou falar) coisas mas, por um impedimento ou outro, não escreve...
Depois de um tempinho, tudo aquilo que te revoltava muda ou perde a importância e você acaba agradecendo aos céus por não ter dito ou escrito nada, porque acabaria causando mais mal e, no fim, não resolveria nada...
Pois é, essa semana, isso aconteceu comigo e eu ainda estou agradecendo a Deus por não ter publicado dois posts que escrevi num momento de irritação... Sim, porque algumas pessoas acabariam tomando como pessoal (e, eu confesso, essa era a minha intenção ao escrevê-los) e se magoariam. E, depois do mal feito, como é que se corrige para que não fiquem seqüelas? Não tem jeito.
Então, a todos que presenciaram meu surto de mau-humor, na semana passada, me desculpem. Eu sei que é foda conviver comigo, e que eu acabo sendo mais ríspida do que devia, mas eu nunca vou querer machucá-los de verdade. Vocês sabem disso...


P.S.: Escrevendo esse blog, cheguei a outra conclusão em relação aos meus textos:
Sou péssima em conclusões. Quando não mudo de assunto, páro de falar no meio do desenvolvimento...


Em época de eleição, é sempre bom lermos textos que nos abram um pouquinho a cabeça.
Aqui está um muito bom , que eu vi lá no MATCHBOX

Meninos, eu vi...

"Eu vi as empregadas gritando, a cozinheira chorando, o rádio dando a notícia: "Getúlio deu um tiro no peito!" Eu, pequeno, imaginava o peito sangrando - como é que um homem sai da presidência para o nada?
Meninos, eu ouvi, anos depois, no estribo de um bonde: "O Jânio renunciou!"
Como? Tomou um porre e foi embora depois de proibir o biquíni, briga de galo e de dar uma medalha para o Che, eu vi a história andando em marcha a ré e eu entendi ali, com o Jânio saindo, que os bons tempos da utopia de JK tinham acabado, que alguma coisa suja e negra estava a caminho como um trem fantasma andando pra trás.
Depois, meninos, eu vi o fogo queimar a UNE, onde chegaria o "socialismo tropical", em abril de 64, quando fugi pela janela dos fundos, enquanto o General Mourão Filho tomava a cidade, dizendo: "Não sei nada. Sou apenas uma vaca fardada!"
Eu vi, meninos, como num pesadelo, a população festejando a vitória do fascismo, com velas na janela e rosários na mão; vi a capa do "O Cruzeiro" com o novo presidente da República de boné verde, baixinho, feio, quem era? Era o Castelo Branco e senti que surgia ali um outro Brasil desconhecido e, aí, eu vi as pedras, os anúncios, os ônibus, os postes, o meio-fio, os pneus dos carros, como um filme de horror; Eu, que vivera até então de palavras utópicas, estava sendo humilhado pela invasão do terrível mundo das coisas reais.
Depois, vi a tristeza dos dias militares, "Brasil ame-o ou deixe-o", a Transamazônica arrombando a floresta, vi o rosto patético de Costa e Silva,a gargalhada da primeira perua Yolanda, mandando o marido fechar o Congresso.
Vi e ouvi Jorge Curi na TV, numa noite imunda e ventosa de dezembro lendo o AI-5, o fim de todas as liberdades, a morte espreitando nas esquinas, a gente enlouquecendo e fugindo pela rua em câmera lenta, criminosos na própria terra;
Depois, vi o rosto terrível do Médici, frio como um vampiro, com sua mulher do lado, muito magra, infeliz, vi tudo misturado com a Copa do mundo de 70, Pelé, Tostão, Rivelino e porrada, tortura, sangue dos amigos guerrilheiros heróicos e loucos, eu sentindo por eles respeito e desprezo, pela coragem e pela burrice de querer vencer o Exército com estilingues;
Não vi, mas muitos viram meu amigo Stuart Angel morrendo com a boca no cano de descarga de um jipe, dentro de um quartel, na frente dos pelotões, enquanto, em S.Paulo, Herzog era pendurado numa corda e os publicitários enchiam o rabo de dinheiro com as migalhas do "milagre" brasileiro, enquanto as cachoeiras
de Sete Quedas desapareciam de repente;
Depois eu vi os órgãos genitais do General Figueiredo, sobressaindo em sua sunguinha preta, ele fazendo ginástica, nu, para a nação contemplar, era nauseante ver o presidente pulando a cavalo, truculento, devolvendo o país falido aos paisanos, para nós pagarmos a conta da dívida externa.
Vi, as grandes marchas pelas "diretas" e vi, estarrecido, um micróbio chegando para mudar nossa história, um micróbio andando pela rua, de galochas e chapéu, entrando na barriga do Tancredo na hora da posse e matando o homem, diante de nosso desespero.
E eu vi então a democracia restaurada pelo bigodão de Sarney, o homem da ditadura, de jaquetão, posando de oligarca esclarecido;
Vi o fracasso do Plano Cruzado, depois eu vi a volta de todos os vícios nacionais, o clientelismo, a corrupção, a impossibilidade de governar o país, a inflação chegando a 80 por cento num único mês.
Meninos, eu vi as maquininhas do supermercado fazendo tlec tlec tlec como matracas fúnebres de nossa tragédia.
Eu vi tanta coisa, meninos, eu vi a inflação comer salários dos mais pobres a 2% ao dia.
Eu vi o massacre de miseráveis pela fome, ou melhor, eu não vi os milhões de mortos pela correção monetária, não vi porque eles morriam silenciosamente, longe da burguesia e da mídia.
Mas vi os bancos ganhando bilhões no over e no spread , dólares no colchão, a sensação de perda diária de valor da vida.
Eu vi a decepção com a democracia, pois tudo tinha piorado, eu vi de repente o Collor vindo de longe, fazendo um cooper em direção a nosso destino, bonito, jovem, fascinando os otários da nação, que entraram numa onda política "aveadada", dizendo: "Ele é macho, bonito e vai nos salvar...".
Eu vi o Collor tascar a grana do país todo e depois a nação passar dois anos "de quatro", olhando pelo buraco da fechadura da Casa da Dinda,
para saber o que nos esperava. Eu vi Rosane Collor chorando porque o presidente tirara a aliança.
Eu vi a barriga de Joãozinho Malta, irmão da primeira-dama, dando tiros nas pessoas, eu vi a piscina azul no meio da caatinga, eu vi depois a sinistra careca de PC juntando o bilhão do butim.
Eu vi Zélia dançando o bolero com Cabral em cima de nossa cara, eu vi a guerra dos irmãos Collor, Fernando contra Pedro e, depois, como numa saga grega, eu vi o câncer corroendo-lhe a cabeça.
Eu vi o impeachment , eu vi tanta coisa, meninos, e depois eu vi, por acaso, por mero acaso, por uma paixão de Itamar, eu vi o FHC chegar ao poder, com a única tentativa de racionalidade política de nossa história num antro de fisiológicos e ignorantes.
E, aí, eu vi a maior campanha de oposição de nossa época, implacável, sabotadora, eu vi a inveja repulsiva da Academia contra ele, eu vi a traição de seus aliados, todos unidos contra as reformas, uns agarrados na corrupção e outros na sobrevida de suas doenças ideológicas infantis.
E agora eu vejo o estranho desejo de regresso ao mundo do atraso, do erro e das velhas utopias. Vejo a direita se organizando para cooptar a oposição, comendo-a, vejo um exército de oligarcas se preparando para a vingança, vejo ACM, Barbalhos e Sarneys prontos para tomar o Congresso de assalto, para impedir qualquer mudança e voltar aos bons tempos da zona geral.
Meninos, vocês viram também, mas acho que esqueceram."

[ Arnaldo Jabor ]

quinta-feira, agosto 15, 2002


E, como diria minha bisavó, "é cada uma que é duas".


Você já:
1. Esteve totalmente bêbado? Nunca.

2. Tomou alguma substância ilegal? Não.

3. Saiu em público de pijamas? Às vezes, acontece... Preguiça de vestir outra coisa.

4. Colocou fogo em alguma parte do corpo por diversão? Nunca achei que me queimar fosse muito divertido...

5. Traiu um/a namorado/namorada? Não

6. Guardou um segredo de todos? Já.

7. Jogou pedras num cabo telefônico? Não, acho meio besta esse tipo de coisa.

8. Teve um amigo imaginário? Claro! A Bruxinha...

20. Chorou por uma briga boba? Ô!

21. Apaixonou-se por uma professora(o)? Aaah... Arrais... Com aquelas mãos...
Também tem o professor-de-DIP-tudo-de-bom... Ele realmente É tudo de bom...

22. Fez algo idiota pra impressionar sua paixão? Quem nunca fez?

24. Achou um personagem de quadrinhos atraente? Lógico... Quem nunca quis ser a Vampira só para poder pegar o Gambit?

25. Atuou em um palco? Já. Amo teatro, sempre amei, sempre amarei... É uma das melhores coisas que já fiz...

27. . Fez calda de chocolate caseira? Tenho uma receita muito boa, que aprendi (?) com a Vânvis...

28. Viu a Torre Eiffel? Ainda não. Mas pretendo, um dia...

Peguei do Pedro, que pegou do Tarrask, que pegou da Lolla, que ninguém sabe de onde tirou...


Querem saber quem é uma pessoa para quem eu pago pau, descaradamente, apesar de não conhecer?
O Marco Aurélio.
Ele escreve o Jesus me chicoteia, o Balde de Gelo e o Chicote Verbal, sempre mantendo a mesma qualidade na escrita...
Consegue ser três personalidades absolutamente distintas, nos diferentes blogs.
Leiam. O cara é bom, muito bom...


Sem pensar em nada
Fez a minha vida
E te deu...


Fred

Não existe, na face da Terra, cachorro mais lerdo que o meu...
Eu tenho um shar-pei- é aquele mesmo, o cheio de rugas- chamado Frederido, mas, para os íntimos, só Fred...
O Fred é daqueles cachorros que dorme em pé e que, se você segurar, não se esforça para se soltar. Ele simplesmente se conforma e espera que você o solte.
Para poder entender o quão lerdo ele é, vou contar um pequeno episódio que aconteceu quando ele tinha uns 6, 7 meses:

Na minha casa tem duas salas. Uma em que fica o bar, com o telefone e outra que é a de visitas. As duas são separadas por um degrau, sendo que a do bar é a mais alta.
Então, um dia, eu estava ao telefone, quando surge o Fred, em desabalada carreira. Não sei se ele não viu a escada, (porque não ver as coisas era e ainda é normal para ele) mas, de repente, ele tropeçou e caiu rolando até a sala de baixo.
Até aí, normal, já que acidentes eram comuns quando ele era filhote.
Só que ele caiu e não se levantou mais. Do jeito que caiu, ficou. Imadiatamente, pensei "morreu", larguei o telefone e saí correndo para ver se ele estava bem.
Quando eu cheguei perto e toquei nele, ele acordou. Acordou? É, ele estava dormindo. DORMINDO! O cachorro desaba de uma escada e dorme. Simples assim.
Depois disso, passei a esperar tudo do Fred...
E, hoje em dia, nem me assusto mais quando o pego dormindo em pé.


O CD da Gloria Gaynor, "I wish you love", vai ser lançado agora em Setembro, se não me engano.
Nele temos a gravação de "I will survive" feita ao vivo durante o show dela aqui em Brasília.
Show, este, em que eu estive, portanto minha voz estará eternizada cantando junto com a GG...
Estou louca para ganhar esse CD...
Alguém se habilita?


E, nessa terça-feira, começa a reapresentação da Minissérie "Engraçadinha- seus amores e seus pecados".
Para quem nunca viu, ótima chance. Para quem já viu, sempre bom rever. É uma das produções tele-cinematográficas mais condizentes com a obra litarária que eu já vi.
Se possível, tabém leiam o livro "Asfalto Selvagem"- Nelson Rodrigues. É o livro que inspirou a minissérie...

Putz... Vejam isso... (discretamente surrupiado do morfina).
É praticamente um Thirso virtual...
Deus me proteja...
Se um namorado meu colocasse meu nome completo e minha foto num site desse náipe, eu comeria o fígado dele.
Pobre garota....
Pensando bem, ela deve merecer... Quem namora um tipo desses...

terça-feira, agosto 13, 2002

Antes que eu me esqueça: chegou meu passaporte italiano- melhor dizendo, chegou meu passaporto.
Lindo, cor de vinho, um pouco menor do que o brasileiro, escrito na capa Unione Europea- Repubblica Italiana em dourado...
Lá dentro, nos dados pessoais, a minha nacionalidade consta como "Italiana"... Applausi, per favore...
Sim, estou empolgada, muito empolgada, a ponto de postar informações tão inúteis quanto essas...

Mas é bem legal, não é?


Sabe o qual é a parte boa de ter irmãos (no meu caso, irmão)?
Rir dele(s)...
O meu irmão é de uma presença de espírito ímpar e tem umas tiradas que me causam crises de riso...
Aliás, salvo raríssimas exceções, só o meu irmão consegue me causar crises de riso intermináveis.
E o melhor é ele não saber do que eu estou rindo e eu ter que (tentar) explicar o motivo em meio a gargalhadas...
Aí, ele acaba rindo também. Mas ele ri de mim e não do que ele falou.
Eu choro de tanto rir e tenho que me conter, MESMO, para conseguir refrear o riso...
Foi assim ontem, à noite.
E, por isso, estou de bom-humor hoje...


Tá, imagino que umas 30 visitas tenham sido feitas pela July, tentando arrumar meu arquivo...
Então, quem fez as 11 restantes?

...

Admitindo que eu tenha feito umas 8, para ver se o arquivo tinha sido arrumado, se os comentários tinham voltado e se o Blogger tinha publicado meus posts, ainda sobram 3 visitas...

...

É... tem a Pathy, o Vinícius (amigo da July) e a Help, que devem ter entrado aqui ontem...

Ah, bom! Agora tá explicado...

E, ontem, batemos um novo recorde com 41 visitas...
Pode não ser muito para alguns mas para mim é um feito. 41 visitas?
Fala sério... Eu só devo conhecer uma meia dúzia de uns três ou quatro que entram aqui...
Quem são os demais?
Ou vocês entram aqui e ficam dando F5? Hein?


Pronto, mãe, fique feliz...
Não postei a teoria aqui...


Desenvolvi uma teoria. Chama-se "Teoria do Foda-se" e eu disserto a respeito desse surto pretensioso que, eventualmente, nos acomete e nos faz querer tocar um foda-se a tudo e a todos. Mas acho que não vou postá-la aqui. Li, ontem, para minha mãe e ela ficou indignada porque uma moça tão bem educada e culta como eu (palavras dela) não deveria desperdiçar sua prórpia inteligência com coisas tão bobas.
Realmente, minha teoria não é empiricamente comprovável mas, que acontece na realidade, ah, acontece.
Enfim, pensarei a respeito. Tenho o texto guardado, pode ser que um dia mostre a vocês.

segunda-feira, agosto 12, 2002


E, para terminar bem o dia, um texto legal... Mas, antes, um prefácio:

Há muito tempo atrás, eu estava lendo o MATCHBOX, que acompanho diariamente, quando li um post sobre Veneza e me comovi.
Deixei um comentário e o Abrão, gentilmente, me mandou o texto na íntegra, que guardei.
Bem, agora vou postá-lo para vocês...
Aí vai ele e, como diria minha amiga Nina Rosa, enquanto confabulávamos a respeito do filme Fim de Caso, é "só para pessoas sensíveis..."

Veneza, o tempo e o lodo
(Carlos Heitor Cony)

Foi Sereníssima República e Porta do Oriente. Berço das caravelas que descobriram o resto do mundo. Cenário de Shakespeare, das festas venezianas, da arte do vidro -Casanova, Veronese, Marco Polo, Vivaldi, toda uma escola de arte que ficou entre as melhores da história humana. Apesar disso -ou por causa disso-, Veneza continua apodrecendo em luxo e beleza, uma agonia nobre, de doge medieval. Olhada em conjunto, a cidade merece a sua desgraça porque ainda merece a sua glória.

Como o reino de Deus, ela não foi feita para este mundo. E a decadência que se prolonga nos últimos séculos apenas acrescentou mais encanto aos fatigados palácios chafurdados no lodo.

E mais feitiço em suas pontes e casas com peitoris florindo de gerânios. E suas gôndolas negras, elegantes e fúnebres, cravos vermelhos abertos nas proas afinadas: à noite, o cravo é substituído por uma chama que ilumina em silêncio as águas esverdeadas e escuras da laguna.Quem gosta de cinema lembra Rossano Brazzi e Katherine Hepburn num sucesso dos anos 50, "Summertime in Venice", a música é tocada até hoje, em surdina, sob as pontes que cruzam o Canal Grande. Há também a voz rouca de Charles Aznavour lamentando que Veneza é triste. Quando o turista não é muito exigente, os próprios gondoleiros se encarregam de cantar o "Anônimo Veneziano" (Cuore, cosa fa?), sim, só Veneza tem clima para essas coisas e cantos. O cheiro das águas paradas. Nas igrejas desativadas, feitas de boa madeira das florestas de Friuli, há concertos de música antiga, partituras assinadas por venezianos anônimos, um deles, sabe-se hoje, foi Marcello, e quem quiser ouvir Benedetto Marcello pode ir a San Pietro di Castello, no órgão restaurado que é um dos melhores da Europa -e tudo isso é muito bom e eterno para afundar no delta formado pelo rio Pó: no pó e na memória dos homens.

Em Veneza, tudo é fluido, brilhante: o saguão do Danieli, o imenso lustre rendado no hall principal. O barulho da água batendo no casco envernizado das gôndolas. A concha do teatro Fenice, as cúpulas douradas de San Marco, a basílica parruda e levantina, o apito dos vaporetos, o balanço do cais em cada estação do metrô de água -e o labirinto daquelas "calles" (lá não existem vias como em outras cidades italianas, mas calles, como no mundo hispânico). E, acima de tudo, o sol seguindo o curso do grande canal. Quando cai a noite, em alguns ângulos da cidade é fácil surpreender os fantasmas do poder ou do amor. Cidade decadente, cadente, no coma de muitas águas e lembranças.

Na imensa praça, que Napoleão considerava a mais bela do mundo, sala de visitas da Europa, cada café tem sua pequena orquestra, um repertório belle-époque, foxes de operetas antigas, "Hindustan", "The Sheik of Araby", "Amapola" -tudo parece já ter acontecido: de repente.
Naquela passagem abobadada que leva ao Cavaletto, passaram os grandes de Veneza, os Dandalos, os Foscari, os Candianos, os Contarines, os Falieros, os Renzos, os Grandenigos, os Mocenigos, os Bembos, os Pisanos, os Cornaros. E, naturalmente, Ruskin e, por causa dele, Marcel Proust.

No Café Florian, a turista sueca, cabelos brancos e óculos grandes, parecida com Greta Garbo na velhice, lê T.S. Eliot. O garção lhe serve aquavit com gelo num cálice rendado. Lá fora, os músicos acabaram de tocar "Fascinação" e descansam, olhando os pombos que voam diante da basílica.

Nas lojas ao redor, brilham os cristais vermelhos, azuis e verdes dos cinzeiros murano, as máscaras prateadas de pierrôs banhados de luar. "Arranca a máscara da face, pierrô, para sorrir de sua dor" -não há lugar para o "povero Arlechino" da ópera de Leoncavallo.
O mundo, embora o mereça, ainda não afundou. Quem afunda, vagarosamente, dois, três centímetros por ano, no lodo e na história, é a própria Veneza, com seus palácios de mármore e sombra. No cemitério de San Michelle, está enterrado aquele que muitos consideram o maior poeta do século, Ezra Pound.

Ali, depois da ponte que faz uma curva no espaço, a casa de Lorenzo Perosi, o pequeno "harmonium" no qual escreveu sua "Pontifical". Quando se está perdido nos becos atrás de San Marco, de repente um cheiro de pão e azeitonas pretas, é só entrar na primeira birosca e tomar spumoni gelado com bolinhos de bacalhau -parece que não combina, mas em Veneza tudo combina enquanto há vida. A urgente vida.
Pois há um apelo triste no amor que se faz e se tem por Veneza. Um apelo final e calmo. Thomas Mann fez aquele músico inspirado em Mahler morrer na praia do Lido, num final de verão, engolindo sem prazer os últimos acordes de sua sinfonia e a beleza de um jovem que apontava o sol caindo sobre a laguna.

A decadência da nobre Veneza, com cheiro de morte e flor. Tantas vezes o mundo acabou, mas começou de novo. Veneza não. Está acabando, lentamente, sem pressa, sem vontade de pertencer ao universo de acrílico e néon que fabricamos e será o legado para aqueles que herdarão a terra, mas não herdarão Veneza -cidade sepultada e viva, soberana das águas, sereníssima senhora do tempo e do lodo.


Ah, já ia me esquecendo: terminei de ler "O Evangelho Segundo Jesus Cristo", do Saramago.
Demorou um pouco porque, no início, não me empolgou, então, depois de umas 20 páginas, eu dei uma parada, só voltando a ler depois de uma semana mais ou menos. Mas depois que voltei a ler, passei a gostar deveras e não consegui parar antes de acabar.
Acho que agora entendo porque, quando do lançamento do livro, hordas de cristãos ficaram revoltadas com o conteúdo.
Entre outras coisas, o livro diz que Jesus teria sido concebido por meio de uma relação sexual comum, em que a "semente" de Deus estaria misturada com a de José, que Jesus teria irmãos e, portanto, Maria não seria virgem.
Ainda fala de Deus como... como dizer... ganancioso, em relação aos fiéis, por não se contentar em ser deus só dos judeus. Por isso que ele teria feito Jesus: para convencer o resto do mundo, com a sua morte, a morte do Filho de Deus, que seu pai seria o único deus, muito embora este mesmo deus assuma que convive pacificamente com outros deuses, onde quer que ele more.
Além disso, mostra Jesus como alguém que nunca quis essa responsabilidade e que queria, no máximo, viver em paz sua vida, junto com Maria de Magdala ou Maria Madalena. Sim, porque Jesus vive maritalmente com ela até a hora de sua morte.
Aliás, mesmo na hora de sua morte, Jesus tenta boicotar o plano de deus para se Deus, mas não vou contar como, nem por quê, senão acaba com toda a graça da história...
Ainda pinta um Diabo que nem é tão mau assim, e que só seria o oposto de Deus, assim como o escuro o é do claro...

Leiam. É um livro muito bom e já vai entrar nos "Leio e recomendo"...
Agora, tenho que arrumar outra coisa para ler. Algum palpite?

Ontem, assisti pela enésima vez "A Máscara do Zorro", com Antonio Banderas, Catherine Zeta-Jones e Anthony Hopkins.
Sei que é uma versão holywoodiana da história do Zorro, mas eu gosto.

E quando vejo a Catherine Zeta-Jones, penso que quero ser que nem ela quando crescer: bonita, milionária, casada com um homem que se diz viciado em sexo e paga para beijar o Antonio Banderas...

E tem gente que diz que não se pode ter tudo nessa vida...


Abaixe o volume do seu som e ganhe, inteiramente grátis, uma Paulinha de bom-humor.
Aproveite, promoção por tempo limitado.


Tá, não consigo me conter...

Meu Querido Diário,

Quero cortar meu cabelo...


Quer saber do que mais? Vou parar de fazer disso aqui um blog confessional, no pior estilo "Querido Diário".
Tô cansando disso....


Ato falho: é aí que as pessoas se entregam...


Um dia eu largo o Direito... Juro por Deus.


Sabe o que é o melhor de escrever e escrever e escrever? Desabafar...
Eu fico bem melhor....
E os obrigo a me ouvir...hahahahaha...


Comprei o "By the way" do Red Hot Chili Peppers e ganhei o CD novo(?) do Chiclete com Banana...
Legal.

P.S.: RHCP e Chiclete na mesma frase?!? Acho que eu não tô legal....


Sabe a advogada do CD de músicas com flautas peruanas (ou de Pã- as your wish)?
Pois é, hoje ela trouxe um CD no melhor estilo "Para ouvir e amar"...
Caralho. Eu já acordo com um bom-humor ímpar e ainda sou obrigada a escutar isso... Jesus...


Dúvida existencial: será que alguém lê esses enormes posts que eu escrevo???


Sabe, eu tenho um grande defeito. Na verdade, não sei se seria defeito ou qualidade... chamemos, portanto, de característica. Então, eu tenho uma característica marcante. Daquelas que dificilmente será modificada com o tempo. Sim, porque parte das características de nossas personalidades acabam por se modificar- para melhor ou para pior- com o tempo.
Bem, essa é uma das que eu acho que sempre permanecerá comigo: ruminar as coisas (no sentido metafórico, é claro).
Eu rumino tudo. Tudo que me é dito ou feito. De bom ou de mau. Sabe aquela história "eu não esqueço nada"? Pois é, eu não esqueço nada.
Não porque fique remoendo ou guardando para dar o troco depois. Só porque eu não consigo parar de pensar em algo até considerar todas as hipóteses, plausíveis ou não. Às vezes penso em coisas que poderia falar, só prá machucar ou me vingar ou reagir a qualquer desses sentimentos mesquinhos que, em alguns momentos, nos acometem, mas acabo deixando prá lá. É a minha eterna mania de não querer magoar as pessoas, especialmente as que eu amo.
Via de regra, são as pessoas que amamos que nos machucam. Pelo menos, comigo é assim.
Eu dou pouca ou nenhuma importância ao que dizem ou pensam de mim, salvo se for alguém que eu amo. Por "alguém que eu amo" entenda namorado, família, amigos...
Quando o juízo de valor é formulado por alguém que eu amo, eu me preocupo. Sempre quero ser o melhor possível para essas pessoas e acabo querendo que elas também o sejam para mim. E aí eu cobro. Sei que não devia, vovó já diria "cada um dá o que tem", mas não dá, eu cobro mesmo. E crio expectativas. E sofro quando essas expectativas não correspondem à realidade.
E volto a ruminar, para criar menos expectativas ou expectativas mais reais, onde caibam erros e acertos, onde a pessoa não tenha que ser perfeita.
Normalmente, é um processo um pouco doloroso deixar de lado tudo que estava formulado na minha cabeça e começar de novo, mas é algo que pode ser desencadeado a qualquer momento, por qualquer bobagem (que, prá mim, nunca vai ser uma bobagem) e que, no fim, vale a pena, pois passo a não esperar mais o que as pessoas não podem me dar, a entender seus defeitos (bem como, espero que elas entendam os meus) e a conviver bem com isso...
Estou num desses estágios, de reformulação geral... vamos ver no que vai dar...
Começamos com uma característica e passamos por um defeito e concluímos com não sei o quê.
Sempre acabo mudando de assunto antes que possa perceber.
Vou ruminar a respeito disso...

domingo, agosto 11, 2002




Que coisa meiga você é?


Então, fui à Exposição do Rembrandt (Rembrandt, não Bertrand- toda vez que quero falar da exposição, falo Bertrand... Inferno.)
Mas, então, fui à exposição. Como já disse antes, não era uma exposição de quadros, mas de gravuras que ele fez no mesmo período. As gravuras são feitas em uma chapa de cobre por meio de três técnicas: água forte, ponta fina e burel (cujas diferenças técnicas não convém explicar aqui).
É mais ou menos assim: Após passar um verniz sobre a placa, faz-se um desenho utilizando uma das três técnicas. Depois mergulha-se a placa em ácido nítrico, de forma que sejam corroídos os locais em que foram feitos os desenhos. Depois de tirar do ácido, limpa-se o verniz e passa-se a tinta em toda a placa. Aí, é só prensar num papel... Acho que poderia ser ententida como uma forma manual e rústica de impressão.
Rembrandt tinha como temas recorrentes auto-retratos, temas sacros, paisagens, naturezas-mortas e nus.
Como era muito perfeccionista, a sociedade da época- séc. XVII- não gostava muito dos nus, pois ele gostava de retratar fielmente as qualidades e defeitos do corpo humano, de forma que celulites, flacidez e rugas eram retratadas com perfeição em suas gravuras.
Pessoalmente, eu amei os nus. Mas as que mais gostei foram as gravuras noturnas, especialmente se feitas em água forte, e um auto-retrato em que ele fazia cara de surpreso- engraçadíssimo.
Pode-se ver também gravuras de antecessores de Rembrandt, como Jacques Calot, e de pessoas que nele se inspiraram, incluíndo uma gravura de Picasso.
Enfim, é isso.
A próxima parada da exposição é São Paulo, se não me engano, em Setembro.
Quem puder, vá ver. Vale a pena.

Só uma observação: como Murphy me persegue, justo no dia em que eu resolvi visitar a exposição, todas as escolas públicas de Brasília resolveram fazer o mesmo. A exposição ficou aqui mais de um mês, mas elas foram no mesmo dia que eu... E eu tive que disputar a tapa o direito de ver as gravuras com, mais ou menos, 50 adolescentes...
Tem muita coisa que eu mereço na vida, mas isso não... Ninguém merece...

Meu pai chegou ontem de uma pescaria. Sim, meu pai é desses que ama pescar e que, se deixarem, fica anos dentro de uma canoa, num rio qualquer.
Aí, ele me mostrou uma cicatriz, preta, circular, do tamanho de uma moeda de 5 centavos, na batata da perna, resultado da dentada de uma piranha (o peixe, minha gente, me refiro ao peixe)...
Estava ele, muito serelepe, nadando no Rio Araguaia, quando a piranha veio e tentou comê-lo, aos pedacinhos... Nada demais, não estivesse ele nadando nu. NU! Pelado, pelado... Em um rio cheio de piranhas...
A falta de bom senso humana é inacreditável...
Ainda bem que a piranha pegou na perna e não mais em cima. Já pensou se ela olha bem e acha que é uma isca???
Agora, ele conta e ri.

Rapaz de sorte, meu filho, muita sorte...

sábado, agosto 10, 2002


Agora tem, lá no Senado, uma exposição de Salvador Dali...
Estou histérica prá ir ver...

E eu que reclamava que em Brasília não tem nenhum tipo de evento cultural...
Tá, mea culpa, mea culpa, mea máxima culpa...


Estou morrendo de sono... Acho que vou prá casa, dormir...
Estou na casa do meu pai, agora...


E o meu primo (que mora lá em casa) passou no vestibular na UnB, para Geologia...
Quem não o conhece não sabe o quanto isso foi e é importante para todos...
A família está eufórica... Muito legal!


É esquisito quando a gente percebe que as coisas não são exatamente como a gente sempre pensou que fossem, né?


Depois vou falar a respeito da exposição de Rembrandt que esteve em Brasília, nesse mês...
Maravilhosa!!!!! Não é uma exposição de pinturas, mas de gravuras feitas sobre uma placa de cobre...
Depois explico melhor...

quinta-feira, agosto 08, 2002


Olha, eu odeio esse maldito contador... Está sempre com defeito cibernético...
Vou acabar tirando essa porcaria daí. Acho que só assim vou ter paz.

Decifra-me ou devoro-te


Uma advogada que trabalha na mesma sala que eu adora música instrumental new age, tocada com aquelas flautinhas peruanas, também conhecidas por flauta de Pã (que na verdade é um deus grego, então não entendo porque que dizem que as flautas são peruanas, mas enfim...).
Então, ela adora isso. Por conseqüência, ela tem um CD disso. E, por conseqüência, ela escuta esse CD. TODO DIA, O DIA INTEIRO.
Preciso dizer que isso me irrita, elevado ao grau dez?
Aí, ela coloca e depois de uma meia hora tocando, pergunta se incomoda... aliás, perguntava, porque, hoje em dia, ela não se dá nem a esse trabalho...
E eu, como a estagiária-último-degrau-da-cadeia-alimentícia que sou, falo "não, claro que não incomoda..." e passo o resto do dia obrigada a escutar "som tão relaxante"...

Definitivamente, ninguém merece...

Mundo louco, Mundo insano

Enquanto isso, no Aeroporto de Los Angeles:

Um garoto de 7 anos tem seu boneco Gi Joe, de, mais ou menos, um palmo e meio de altura, desarmado.
Efeito retardado do "11 de setembro"...
Os policiais afirmaram que cumpriam ordens de não deixar passar nada que se parecesse com uma arma e, por isso, retiveram um fuzil de plástico que media aproximadamente uns 5 centímetros... E ainda perguntaram ao garoto se não haveria pequenas granadas de plástico, também...

Inacreditável...

Máxima do tio Samuel: Morro e não vejo tudo...


Ontem, a Pathy pagou meu lanche no Mc Donald's... Normal?
Não, definitivamente, não...

Frase ouvida por mim, ontem à tarde, no Supremo, em meio a 4.000 processos:

"É... você é menos efusiva de manhã..."

Efusiva???? Eu???? Que é isso...



terça-feira, agosto 06, 2002


Só uma observação: odeio cigarro...

E a maior polêmica internética jamais vista continua:
Existirá ou não a Cathiane?
Muitas são as opiniões e muitos são os comentários no blog dela, educados ou não....

Em tempo, ela já conseguiu defensores ferrenhos e agressores nada sutis...

Então, é isso: façamos uma Ode à Cathiane, a musa da Internet blogueira-bloguista....


Enquanto isso, na Sala de Justiça...


Participando da votação do Picolinos, aí vão os blogs:

Jesus me chicoteia
Brazileira!preta
Genérico Incolor
Sutil como um paquiderme
Morfina


Um dia vou contar quantas vezes eu entro no meu blog, só para saber quantas pessoas entram efetivamente aqui...
Ou não.
Pode ser que eu descubra que eu sou minha única visitante...

What a hell....


Como eu odeio as páginas de pesquisa do TST, TRT e afins...


Hoje, começo a trabalhar de manhã. Não sei se gosto muito disso, mas minha chefe pediu e não custava nada eu atender.
O único problema é que de manhã, normalmente, eu fico de bode. Falo pouco e com monossílabos. Aí, as pessoas estranham. E me perguntam porque eu estou triste.
Não estou triste, só acordei cedo...


Oi?


O slogan de dois candidatos a deputado distrital aqui em Brasília me chamaram a atenção.
O 1º é de um tal de GIM: Para aumentar o pique!
O 2º é dum senhor cuja alcunha é Marcão Adrenalina: Mandando V (é "V" mesmo)

Olha, na boa, ninguém merece...
Nem eu.

segunda-feira, agosto 05, 2002

Háháhá... Adorei! Veio bem a calhar...



Que grande estadista você é?


Às vezes eu me questiono porque certas pessoas sentem necessidade de mostrar que são tão ou mais alguma coisa do que eu...
Sou um ser humano normal. Não sou linda, nem o supra-sumo da gostosura. Leio bastante, mas deveria ler mais. Tenho uma cultura relativa, mas nada que um cidadão mediano também não tenha. Sou legal e engraçadinha, mas nada demais... Tenho amigos, mas não tantos quanto gostaria (talvez, mais do que mereceria). Tenho uma família legal, me dou bem com meus pais e com meu irmão, mas sempre achei que o padrão seria esse e não o contrário.
E, mesmo assim, com todas essas limitações, existem pessoas que insistem em querer ser como eu ou mais que eu...
Entenda, não estou sendo modesta, nem nada disso, até porque como diria meu pai "a modéstia é qualidade das pessoas que só têm ela" (muito embora, nem sempre pense assim), e como sabem as pessoas que me conhecem, não sou modesta. At all. Mas uma coisa que tenho é consciência da minha mediocridade em vários pontos... Sei que às vezes sou medíocre porque quero, porque não estou afim de me esforçar, e me mantenho na inércia...
Pois bem, mesmo com tudo isso, tem gente que insiste em me tomar como ponto de referência.
Quer saber? Não faça isso. Ponto de referência é Ghandi, não eu. Sou tão imperfeita quanto uma pessoa normal pode ser. Talvez até um pouco mais. Tenho inúmeros defeitos que reconheço e outros tantos que só os que estão à minha volta percebem. Se eles não os jogam na minha cara, é por pura piedade. Sei disso...
O pior é que não posso chegar na pessoa de quem sou objeto de imitação ou ideal de vida e falar "Pára com isso! Você pode ser mais que uma cópia de um produto danificado". Simplesmente não posso. Magoaria de forma inescusável.
Então, convivo como se não percebesse que está acontecendo, mesmo que isso me irrite...
Às vezes, rio; normalmente, desculpo essa atitude, por saber que a pessoa em questão nada mais está fazendo do que tentando agradar... Sabe criança que diz que não gosta de alface e, quando você, adulto que ela adora, diz "mas, eu gosto", mais do que rapidamente, ela emenda, dizendo "não gosto MUITO. mas também gosto..."? Pois é. É a essa atitude que me refiro, só que protagonizada por pessoas que já deixaram de ser crianças há muito tempo...
Acontece de perder a paciência, mas, via de regra, tento ser condescendente e entender que aquela pessoa só está tentando parecer agradável aos meus olhos...
Mas, o que eu queria mesmo, era poder dizer que ninguém precisa ser igual a mim para me agradar...
Só concorde com a minha opinião se ela também é a sua. Se não, refute. Diga que não pensa da mesma forma. Não vou deixar de gostar de você por isso. Mas, nunca, nunca se anule por mim. Isso faz com que eu me sinta péssima.
Não gosto de pensar que alguém perde a vontade própria por mim. Tem gente que gosta de ter esse tipo de poder sobre as pessoas. Eu não.
Prefiro pessoas que me dizem "Paulinha, nada a ver..." do que pessoas que concordam cegamente com o que digo. Ou que desejam cegamente viver o que eu vivi, conhecer o que eu conheci, ler o que eu li.... Isso me enerva aos píncaros...
Não queira ser mais ou menos do que eu. Eu não sou tudo isso e não mereço tal tipo de devoção (nem sei se poderia chamar isso de devoção)... Queira ser você, queira superar os seus limites, e não os meus.

Quer saber, se continuar falando sobre isso, vou fazer um post absurdamente grande, então vou parar... Acho que falei tudo o que queria (até demais), e falar mais seria chover no molhado, absoluta redundância...

Então, basta, tchau.



E lendo essa moça aqui, eu realmente me conscientizo da minha insignificância literária...





E eu que achava que até escrevia bem... Depois de ler A Caixa de Sapatos Atômica, eu voltei à realidade e me recolhi à minha mediocridade...


Nesse fim de semana, assisti dois filmes muito bons: O Escorpião de Jade e Minority Report.
O primeiro é do Woody Allen e, portanto, se passa em Nova York. É sobre um detetive atrapalhado (W. Allen), que sempre resolve os casos que pega. Com Helen Hunt (Melhor Impossível e Twister), que faz a sua rival dentro da empresa. Como todo filme do Woody Allen, eu vou para ver O Woody Allen. Ele é uma das figuras mais engraçadas que eu já vi em toda a minha vida...
Quanto ao Minority Report, bom filme, muito bom. Valeu a pena o Tom Cruise abrir mão de seu cachê de 70.000.000 de dólares e topar entrar no filme por míseros 35.000.000... O Steven Spielberg fez um ótimo trabalho. História boa, atores bons, ótimos efeitos especiais... Nos últimos 40 minutos, se torna um pouco previsível mas nada que atrapalhe a emoção final....
Filmes bons, both, recomendo.

sexta-feira, agosto 02, 2002


Lendo este post do Xixa a respeito do Paulo Coelho, repensei minha posição.
Ainda não sei se ele seria o ideal para ocupar uma cadeira na ABL, mas é inegável que ele conseguiu o que almejava com seus livros...
Não, não estou dizendo que o que ele queria era um lugar na ABL. Bem, talvez, afinal, querendo ou não, é uma posição de prestígio. Mas, quando falo que ele conseguiu o que queria, me refiro a seus leitores. A idéia era passar lições de vida ao maior número possível de pessoas... Isso ele conseguiu, ele é o 5º autor mais lido no mundo inteiro. Se a linguagem é simplória, se o português é falho, isso não importa. O que impora é que ele alcançou um grande número de leitores e, quem sabe, para alguns tenha significado algo. Se pensarmos bem, poucos membros na ABL conseguiram se aproximar deste feito. E se pensarmos melhor ainda, o Sarney faz parte da ABL...
Já li Paulo Coelho. Li Brida, O Alquimista e Nas margens do Rio Piedra, Sentei e Chorei. Não posso dizer que tenha odiado. Aliás, deste último gostei bastante. É uma leitura simples, ideal para períodos de entressafra, bem como Sidney Sheldon e bestsellers similares. É claro que Mister Coelho apregoa em suas obras uma filosofia de vida, mas não é nada que sua mãe já não tenha te ensinado como viva em harmonia com os outros, respeite para ser respeitado, ou o bem sempre vence...
No fim, é sempre algo que te acrescenta, porque tudo nos acrescenta alguma coisa. Mesmo as coisas das quais não gostamos, mesmo coisas medíocres...
Então, ao Paulo Coelho, só posso desejar que seja feliz na ABL... Até porque a presença ou não dele lá, não faz a menor diferença na minha vida, não altera o meu rumo em absolutamente nada...
Como diria meu irmão-mala, "deixa o bicho viver...".
Pois é, deixa o Mister Bunny viver...



Lembranças infantis.

Dia desses, estava conversando com minha mãe sobre crianças que têm amigos imaginários, quando ela disse: "Mas você também teve. A Bruxinha..." e eu "é mesmo, nem lembrava mais."
Pois é, fui dessas crianças que teve amigo imaginário. Depois que minha mãe falou, lembrei de tudo, tudo... No meu quarto tinha um armário azul, desses de metal, onde minha mãe guardava sabe Deus o quê. Atrás desse armário, tinha uma caverna bem ampla, escura e alta. No meio dessa caverna, tinha um caldeirão bem grande, que era constantemente mexido por uma bruxinha. Ela era pouco maior que o caldeirão, usava uma saia tipo balão e um chápeu pontudo enorme. Lembro de não conseguir ver o rosto dela, só dava prá ver a silhueta dela com o caldeirão. Mas, mesmo assim, batíamos altos papos.
Minha mãe conta que eu a apresentava para todo mundo que ia lá em casa. Eu só lembro de um cara barbudo que, segundo minha mãe, era um amigo do meu padrinho, que na época morava com a gente. Ele sentava no chão comigo e conversava com minha amiga, como se ela também fosse amiga dele.
Depois de um tempo, não sei se porque eu cresci ou se porque minha amiga resolveu ir embora mesmo, a bruxinha despareceu...
Nunca pensei em desenhá-la ou pintá-la, mas meu irmão me deu essa idéia, esses dias. Então é isso, vou pintar minha amiga e, se der, mostro prá vocês...


Triste dizer, mas a melhor aula que eu tive até agora foi de Ética Profissional....
E eu que achava que ia adorar ter Tribunal do Júri.... hunf.


Sabe qual é a melhor coisa de ficar sozinha em casa?
Poder andar pelada o dia todo...