Bocados de Ar

Porque as palavras não passam de bocados de ar

terça-feira, agosto 27, 2002


E, finalmente, li "A Metamorfose", de Kafka. A história, como acho que todo mundo sabe, é a respeito de um cara que, um dia, acorda e percebe que virou uma barata. Uma grande barata (é, eu sei, é meio nojento).
É um livro bom. Não achei muuuuuito bom, não, mas é bom. A obra acaba por desenvolver mais os reflexos que isso causa sobre a família do que sobre o cara que virou barata, propriamente dito.
Acho que é aí que o autor peca. Eu teria desenvolvido mais o psicológico do Greggor (é o nome do homem-barata), mas quem sou eu para criticar Kafka e, pior, me comparar com ele.
Enfim, como já disse, é um livro bom apesar de pequeno (para os que não gostam de ler ou estão começando a aprender a gostar, isso é um achado). E, no fim, acabei ficando com muita pena do Greggor. Não, não vou contar porquê ou estrago o final da história...
Entendo o sentido libertário em relação à família que o autor quis demonstrar mas, mesmo assim, fiquei com pena do Greggor.

Agora vou começar a ler um livro de Voltaire, que um amigo me emprestou. É o livro preferido do pai dele, daqueles que a gente guarda com todo o cuidado e dos quais morremos de ciúme... Estou com medo até de abrir esse livro e, sei lá, derramar alguma coisa acidentalmente ou rasgar...
Vou me isolar no meu quarto para poder lê-lo, afinal...