Bocados de Ar

Porque as palavras não passam de bocados de ar

quarta-feira, agosto 21, 2002


Regras básicas de como conviver bem com a Paulinha- capítulo I

Hoje, no almoço, minha mãe me falou que uma pessoa que eu conhecera, e que, na ocasião, me pareceu bem legal, era racista, extremamente racista, mesmo. No exato minuto em que ela me falou isso, já fiquei com um pé atrás. Mas porque esse tipo de reação, se o cara nem esboçou qualquer tipo de discriminação comigo? Por alguns simples motivos:

1- Tenho amigos negros, brancos, orientais e descendentes destes;
2- Tenho igualmente amigos homo, bi e heterossexuais;
3- Tenho amigos católicos, protestantes, judeus, zen-budistas, espíritas e seguidores do Candomblé;
4- Tenho amigos roqueiros, pagodeiros, amantes da música clássica, MPB, axé, new age, jazz e tango;
5- Acredito e sou defensora ferrenha dos Direitos Humanos. Para todos. Sem exceção.

Por esses motivos não admito que ninguém se considere melhor que eles, são todos pessoas maravilhosas independente de sua cor, do que acreditam, ouvem ou da sua opção sexual. E não me venha com esse papo "eu não sou preconceituoso, só quero que não chegue perto de mim"... Se você pensa assim, você é preconceituoso. E além de preconceituoso, você é prepotente porque se considera melhor do que pessoas que você nem conhece, só porque elas são diferentes de você...

Aquele que discrimina não tem tolerância com os diferentes, e eu não tenho tolerância com aquele que discrimina... Ao contrário do meu irmão que diz "não discrimino, mas se você discrimina, esse é um problema seu, eu não me importo", eu me importo porque esse não é um problema só seu. Esse é um problema de todos porque por pessoas estúpidas que discriminam, que o mundo está como está. Se todos se respeitassem e tolerassem as diferenças óbvias que nós temos, a paz reinaria com mais facilidade.
Então, por tudo isso, já falei para minha mãe avisá-lo a nem tentar iniciar uma discussão comigo nesses termos, aliás nem fazer piadinhas infames sobre negros na minha frente, porque eu vou me emputecer, vou dar uma patada e vou brigar... E eu sei que brigar não é o ideal...

Assim, se você não vier tentar me convencer, ou mesmo só demonstrar, seus pré-conceitos estupidamente discriminatórios, eu vou tentar ignorar que você ainda é um daqueles detentores de tão abominável característica e nós vamos conviver pacificamente...

P.S.: Sim, essa violência verborrágica é conseqüência da minha TPM... Mas, dando um desconto às palavras rudes, eu realmente penso assim.