Brisas
Às vezes, acho que tem coisas que acontecem só comigo. Aí, converso com pessoas e vejo que não, que também acontece com os outros.
Uma destas coisas é a impressão que eu tenho sobre coisas que acontecem à noite. Sempre parece terem sido meio irreais. Ou não terem sido. Complicado? Explico:
Coisas acontecem, obviamente, tanto de dia quanto à noite. À noite, quando do acontecimento, tudo parece - como de fato é- real e palpável. O que é preocupante me tortura pelo resto da noite, o que é agradável me deixa em êxtase também pelo resto da noite. Daí, eu vou dormir e, basta entrar pela fresta da minha persiana o primeiro esboço de luz solar, para tudo o que aconteceu perder sua densidade e se tornar tão efêmero quanto um sonho de véspera. Tudo que foi tão intenso, que fez o coração bater tão rápido e o sangue passear pelos meus vasos como se estivesse em highways, tudo, tudo se esvai e ganha o brilho de um conto de fadas diáfano como uma das Brisas.
E aí, eu me questiono se o que aconteceu realmente aconteceu. Porque tudo passa a parecer tão distante que é como se tivesse acontecido em uma outra dimensão, em um universo paralelo somente tocável com a chegada do crepúsculo. Os acontecimentos entram em um território de incertezas e irrealidades em que não lembro exatamente o que foi dito ou se, o que penso ter sido dito, o foi, ou se foi só pensado e não dito, enfim...
Sobre as palavras recai um véu que as encobre de forma nebulosa, tornando-as mais intuídas do que efetivamente rememoradas em sua essência.
E, se eu tentar me lembrar MESMO, minha mente entra num estado tal de torpor que chega a me cansar, de forma que, quando vou contar o acontecido para alguém, falo e eu mesma me surpreendo com o que estou falando, como se fosse a primeira vez que escuto aquela história, como se todos os fatos narrados fossem algo completamente estranho e novo para mim. É inacreditável.
Não sei se isso acontece com mais alguém. Mas, por vezes, me questiono se essa mania que eu tenho de falar que sou doida não tem um toque de realidade.
Às vezes, acho que tem coisas que acontecem só comigo. Aí, converso com pessoas e vejo que não, que também acontece com os outros.
Uma destas coisas é a impressão que eu tenho sobre coisas que acontecem à noite. Sempre parece terem sido meio irreais. Ou não terem sido. Complicado? Explico:
Coisas acontecem, obviamente, tanto de dia quanto à noite. À noite, quando do acontecimento, tudo parece - como de fato é- real e palpável. O que é preocupante me tortura pelo resto da noite, o que é agradável me deixa em êxtase também pelo resto da noite. Daí, eu vou dormir e, basta entrar pela fresta da minha persiana o primeiro esboço de luz solar, para tudo o que aconteceu perder sua densidade e se tornar tão efêmero quanto um sonho de véspera. Tudo que foi tão intenso, que fez o coração bater tão rápido e o sangue passear pelos meus vasos como se estivesse em highways, tudo, tudo se esvai e ganha o brilho de um conto de fadas diáfano como uma das Brisas.
E aí, eu me questiono se o que aconteceu realmente aconteceu. Porque tudo passa a parecer tão distante que é como se tivesse acontecido em uma outra dimensão, em um universo paralelo somente tocável com a chegada do crepúsculo. Os acontecimentos entram em um território de incertezas e irrealidades em que não lembro exatamente o que foi dito ou se, o que penso ter sido dito, o foi, ou se foi só pensado e não dito, enfim...
Sobre as palavras recai um véu que as encobre de forma nebulosa, tornando-as mais intuídas do que efetivamente rememoradas em sua essência.
E, se eu tentar me lembrar MESMO, minha mente entra num estado tal de torpor que chega a me cansar, de forma que, quando vou contar o acontecido para alguém, falo e eu mesma me surpreendo com o que estou falando, como se fosse a primeira vez que escuto aquela história, como se todos os fatos narrados fossem algo completamente estranho e novo para mim. É inacreditável.
Não sei se isso acontece com mais alguém. Mas, por vezes, me questiono se essa mania que eu tenho de falar que sou doida não tem um toque de realidade.
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