Bocados de Ar

Porque as palavras não passam de bocados de ar

quinta-feira, junho 17, 2004

Casulo - sentimentos randômicos

Penso, penso, travo grandes diálogos sozinha, verdadeiros monólogos bipartidos, e digo "vou escrever, vai passar..."
Quando pego a caneta, tudo se esvai, as palavras não me vêm e fica difícil pôr tudo para fora. Talvez eu não queira que passe.
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Estou introspectiva. Conseqüência de um turbilhão disfarçado por uma superfície plácida, plasmica, plástica. O medo me imobiliza. O medo de sentir, de ouvir, de querer, de ganhar, de perder, de tremer, de suar, de sangrar, de doer, de sofrer, de morrer. O medo de se repetir, de doer igual, de doer diferente, de não doer. O medo do novo, do medíocre e do tempo, que não pára. Odeio sentir medo. A imobilidade me irrita. A inércia me sufoca.
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Um olhar novo quando tudo parecia o mesmo. Nesgas escaparam e vieram bater em mim. Brumas voláteis que, a todos os outros, passaram despercebidas.
Uma das poucas vezes em que não quis prendê-las para tranformá-las em quimeras. Preferi que se diluíssem e se perdessem no vento. O possuidor destas pequenas fugitivas jamais vai sequer pensar o quão perto elas chegaram de se metamorfosear em monstros. Mas, não. Leves nasceram, leves continuaram a ser.
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Às vezes, minha pieguice cansa até mesmo a mim.
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Depois, não reclame, meu amor. O problema nunca é o que foi feito, mas como foi feito.