Como já disse, eu sempre escrevi. Diários, agendas, sempre escrevendo. Depois de um tempo, comecei a aumentar o volume de coisas escritas e descobri que escrever me aliviava do que eu estava sentindo. O sofrimento se tornava menor e alegria sempre se expandia pelas páginas em que eu narrava seus (ou meus) motivos. Reconfortava-me, depois de um tempo, ler tudo aquilo e poder me lembrar como eu me sentira à época. Ou ver o tanto que eu sofrera e perceber que, agora, tudo passou. Ou ver o quanto eu senti raiva, e me sentir grata por ter descontado num papel e não em uma pessoa, de forma irremediável.
Aí, eu comecei a escrever neste blog. É claro que aqui eu não falo tudo, TUDO mesmo. Falo parte do que sinto mas não dá para falar tudo. Não fico à vontade para fazer isso, embora veja, navegando pela rede, que inúmeras pessoas não têm essa mesma dificuldade.
No entanto, não sei até que ponto isso me faz bem. Porque, desde que comecei a escrever aqui, parei de escrever no papel.
Superficialmente, eu estou suprindo a minha necessidade visceral de escrever ao contar fatos da minha vida e minhas impressões de mundo.
Mas só superficialmente.
Na verdade, os sentimentos mais profundos, ao invés de me extrapolarem e, por conseqüência, me aliviarem, estão ficando contidos, guardados, até que definhem. E definham. Mas definham aqui dentro e seus restos permanecem dentro de mim, guardados num canto qualquer, esperando uma nova chance para brotar. Como uma Fênix que aguarda o momento certo para renascer das cinzas. E, se e quando eles voltarem, virão com força total. Que pode ser boa, é bem verdade, mas que é mais provável que seja destrutiva. E isso vai me esfacelar... e esfacelar todos aqueles que estiverem à minha volta, que necessariamente serão os que eu amo. Porque é deles que eu me cerco e é neles que vai acabar sendo a primeira porrada... e a mais forte.
Eu não quero isso, não quero. Mas estou vendo acontecer e não estou sabendo como evitar. Parece que uma imensa represa se rompeu e que as águas se aproximam, destruindo tudo que alcançam, sem que nada possa ser feito.
Não quero isso.
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Tenho que voltar a escrever para mim, só para mim, ou vou acabar ficando louca.
Eu sou real por demais. Não sou abstrata, sou real. Não gosto de trocar nomes por condicionais ou fatos por hipóteses. Não dou agulhadas e não sou sutil em minhas ironias. Se é para resolver, gosto de resolver cara a cara. Sem sutilezas ou finesses. Só resolver, Simples assim.
E escrever aqui não me possibilita isso. Quando vou escrever, gosto de falar "Fulano me fez isso e eu não gostei por isso...", ao invés de dizer "Se me fazem isso, eu me sinto assim...". Mesmo que o tal Fulano nunca vá ler o escrito, porque eu estou escrevendo para mim. E estou soltando todos os cachorros, falando todos os impropérios que queria falar. Isso me esvazia, como diria um amigo meu: "tira a raiva do meu coração" e me impede de dar uma patada no responsável pela ira. E todos vivemos felizes para sempre, sem gastrites, úlceras ou raivas contidas...
Preciso voltar a escrever para mim. Preciso.
P.S.: Crianças, não se assustem. Esse post não foi absolutamente pessoal. Não foi direcionado a ninguém. Esse foi só mais um rompante de "essa não sou eu, essa vida não é minha". Depois de desabafos desse tipo, eu geralmente volto à programação normal (até a próxima crise). São essas coisas que mantêm a minha relativa sanidade mental.
Aí, eu comecei a escrever neste blog. É claro que aqui eu não falo tudo, TUDO mesmo. Falo parte do que sinto mas não dá para falar tudo. Não fico à vontade para fazer isso, embora veja, navegando pela rede, que inúmeras pessoas não têm essa mesma dificuldade.
No entanto, não sei até que ponto isso me faz bem. Porque, desde que comecei a escrever aqui, parei de escrever no papel.
Superficialmente, eu estou suprindo a minha necessidade visceral de escrever ao contar fatos da minha vida e minhas impressões de mundo.
Mas só superficialmente.
Na verdade, os sentimentos mais profundos, ao invés de me extrapolarem e, por conseqüência, me aliviarem, estão ficando contidos, guardados, até que definhem. E definham. Mas definham aqui dentro e seus restos permanecem dentro de mim, guardados num canto qualquer, esperando uma nova chance para brotar. Como uma Fênix que aguarda o momento certo para renascer das cinzas. E, se e quando eles voltarem, virão com força total. Que pode ser boa, é bem verdade, mas que é mais provável que seja destrutiva. E isso vai me esfacelar... e esfacelar todos aqueles que estiverem à minha volta, que necessariamente serão os que eu amo. Porque é deles que eu me cerco e é neles que vai acabar sendo a primeira porrada... e a mais forte.
Eu não quero isso, não quero. Mas estou vendo acontecer e não estou sabendo como evitar. Parece que uma imensa represa se rompeu e que as águas se aproximam, destruindo tudo que alcançam, sem que nada possa ser feito.
Não quero isso.
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Tenho que voltar a escrever para mim, só para mim, ou vou acabar ficando louca.
Eu sou real por demais. Não sou abstrata, sou real. Não gosto de trocar nomes por condicionais ou fatos por hipóteses. Não dou agulhadas e não sou sutil em minhas ironias. Se é para resolver, gosto de resolver cara a cara. Sem sutilezas ou finesses. Só resolver, Simples assim.
E escrever aqui não me possibilita isso. Quando vou escrever, gosto de falar "Fulano me fez isso e eu não gostei por isso...", ao invés de dizer "Se me fazem isso, eu me sinto assim...". Mesmo que o tal Fulano nunca vá ler o escrito, porque eu estou escrevendo para mim. E estou soltando todos os cachorros, falando todos os impropérios que queria falar. Isso me esvazia, como diria um amigo meu: "tira a raiva do meu coração" e me impede de dar uma patada no responsável pela ira. E todos vivemos felizes para sempre, sem gastrites, úlceras ou raivas contidas...
Preciso voltar a escrever para mim. Preciso.
P.S.: Crianças, não se assustem. Esse post não foi absolutamente pessoal. Não foi direcionado a ninguém. Esse foi só mais um rompante de "essa não sou eu, essa vida não é minha". Depois de desabafos desse tipo, eu geralmente volto à programação normal (até a próxima crise). São essas coisas que mantêm a minha relativa sanidade mental.
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