Bocados de Ar

Porque as palavras não passam de bocados de ar

terça-feira, julho 23, 2002

Ontem era um daqueles dias que tinha tudo prá dar errado... O meu trabalho estava muito chato e eu estava de mau-humor... Mau-humor não é bem a palavra, mas definitivamente não estava de bom-humor... Aí, meu irmão, que estava com o meu carro, veio me buscar e, quando a gente estava indo prá casa, algo aconteceu.
Moro em Brasília e, nessa terra, é relativamente fácil ver a linha do horizonte. Ontem, no carro, enquanto falava banalidades familiares , porque sempre sou eu quem está falando, fui interrompida por um "eita, Zanza, o que é aquilo?".
Quando olhei para o céu para ver o "aquilo", vi algo lindo: uma nuvem que derretia... Ela era bem compacta em cima, como a cúmulus que devia ser, e, em baixo, estava derretendo, bem fluida, como água escorrendo por uma janela.
A gente ficou um tempo observando e ela diminuía mais e mais.
Aí, eu acabei percebendo que não era bem uma nuvem que derretia...
Estava tendo uma queimada em algum canto no horizonte de Brasília e a fumaça subia até a nuvem. Quando elas se encontravam, formava esse efeito...
É meio chato quando a gente encontra explicações racionais para as coisas mágicas da vida. Preferia enquanto era uma nuvem derretendo...
Mas, mesmo sendo só uma fumaça de queimada se encontrando com uma nuvem, isso salvou meu dia... Daí prá frente, tudo deu certo...