Bocados de Ar

Porque as palavras não passam de bocados de ar

quarta-feira, outubro 16, 2002


Eu estou há quase uma semana escutando o acústico da Cássia Eller, sem parar. Mais especificamente, estou há uma semana escutando a faixa 11 sem parar. É Relicário, do Nando Reis. Ela, aliás, canta com ele.
Então, para que vocês possam compartilhar essa compulsão comigo:

Relicário

E uma índia com colar
A tarde linda que não quer se por
Dançam as ilhas sobre o mar
Sua cartilha tem o a de que cor?

O que está acontecendo?
O mundo está ao contrario e ninguém reparou
O que está acontecendo?
Eu estava em paz quando você chegou

E são dois cílios em pleno ar
Atrás do filho vem o pai e o avô
Como um gatilho sem disparar
Você invade mais um lugar
Onde eu não vou

O que você está fazendo?
Milhões de vasos sem nenhuma flor
O que você está fazendo?
Um relicário imenso deste amor

Corre a lua porque longe vai?
Sobe o dia tão vertical
O horizonte anuncia com o seu vitral
Que eu trocaria a eternidade por esta noite

Porque está amanhecendo?
Peço o contrario, ver o sol se por
Porque está amanhecendo?
Se não vou beijar seus lábios quando você se for

Quem nesse mundo faz o que há durar
Pura semente dura: o futuro amor
Eu sou a chuva pra você secar
Pelo zunido da suas asas você me falou

O que está dizendo?
Milhões de frases sem nenhuma cor
O que você está dizendo?
Um relicário imenso deste amor

O que você está dizendo?
O que você está fazendo?
Porque que está fazendo assim?

...está fazendo assim?